Saturday, February 25, 2006

Moradores do Bairro Alto cansados do barulho


A Junta de Freguesia da Encarnação, em Lisboa, tem como prioridade fazer um levantamento dos bares existentes no Bairro Alto, revelou ao JN a presidente, Alexandra Figueira. "Vamos comparar os nossos números com os da Câmara, para ver se são coincidentes", afirmou. A autarca explica que esta urgência se deve à frequência com que se verifica a instalação de uma nova loja, com um bar de apoio.
"Depois a loja não dá nada e fica o bar. É uma situação que acontece frequentemente", esclarece.Para além de presidente da Junta, Alexandra Figueira é também moradora no Bairro Alto. À semelhança dos seus vizinhos, a autarca queixa-se do incómodo barulho feito pelos frequentadores dos estabelecimentos de diversão nocturna, que os residentes têm de suportar até altas horas da madrugada. "Esta situação piorou desde o Euro 2004. A partir de terça-feira há sempre alguém com falta de civismo que grita a noite inteira", desabafa. «As pessoas adormecem às quatro e cinco da manhã por pura exaustão!», diz.
Versão confirmada por Helena Silva e Elisa Oliveira. As vizinhas moram na Rua da Barroca, onde não existem muitos bares. "Mas eles vêm para aqui depois do fecho. Fazem dos parapeitos caixote do lixo, com garrafas e copos vazios. E depois há o barulho, porque falam alto e fica tudo sujo", acusam. "Precisamos de mais polícia aqui".Também para Alexandra Figueira a solução para terminar com este incómodo passa por um melhor policiamento do bairro. "Devia haver uma polícia com formação urbana, que não fosse coerciva, mas que obrigasse quem não sabe a comportar-se na via pública".
As queixas não terminam aqui. Cândida Custódio aponta a sua porta de entrada, na Travessa dos Fiéis de Deus, coberta até meio de tags (grafitos). O edifício onde habita há 37 anos é um dos muitos exemplos de prédios do tradicional bairro lisboeta que têm sido alvo das investidas dos que se divertem a 'pintar' paredes.Uma situação "inacreditável" para Nuno Morais, coordenador da Unidade do Projecto Bairro Alto e Bica. "Mal acabamos de recuperar um prédio e já o seguinte, quando não é no próprio, está todo marcado". O responsável lembra que alguns edifícios têm sido pintados pelos proprietários, mas a velocidade a que as paredes aparecem tingidas "é tal que não se consegue dar vazão". "Há noites em que são pintados todos os prédios de uma rua", revela, revoltado. "É um problema que exige uma discussão conjunta entre a Câmara e as instituições com competência para agir na cidade", apela.
O lixo que fica no chão, em especial aos fins-de-semana, quando o bairro é mais procurado, também faz parte do rol de queixas. Mas, ressalvam Carlota Oliveira e Marinha Sousa, os serviços de higiene urbana recolhem os detritos às primeiras horas da manhã.

Notícia JN

Monday, February 13, 2006

Jardim fecha até Novembro para obras de requalificação

EMPREITADA Acesso ao miradouro de São Pedro de Alcântara está vedado Intervenção inclui demolição de pavilhão, plantação de árvores, abertura do patamar inferior e construção de novo acesso
Um dos mais importantes jardins e miradouros de Lisboa, o de São Pedro de Alcântara, ao Bairro Alto, vai estar vedado ao público até Novembro, altura em que deverá estar concluída a obra de requalificação em curso desde o final do ano passado. A intervenção, que se deverá prolongar durante um ano, foi adjudicada em Agosto do ano passado por cerca de 975 mil euros e está a ser levada a cabo pela Câmara de Lisboa (CML).
Ao que o JN apurou junto do pelouro dos Espaços Verdes da autarquia, a requalificação do jardim de S. Pedro de Alcântara tem como objectivo "dignificar os elementos notáveis do jardim" e recuperar o seu carácter "romântico", que se perdeu ao longo dos anos devido à degradação e ao vandalismo de que foi alvo. Ultimamente, o jardim era frequentado por toxicodependentes que afastavam os utilizadores e inibiam as pessoas de se aproximar para disfrutar de uma das mais privilegiadas vistas sobre o Tejo, a Baixa e o Castelo de S. Jorge.
Segundo a autarquia, a intervenção em curso abrange não só os equipamentos como a própria vegetação. Na plataforma superior serão reforçadas as alamedas de árvores e criados novos percursos, dotados de bancos. A demolição do polidesportivo degradado que existia na zona norte do jardim vai aumentar o espaço disponível para fruição.
Da obra faz parte a recuperação do lago existente ao centro do jardim e do outro mais pequeno situado no patamar inferior, que será aberto à população. Nesta zona, até então vedada, vai ser recuperada toda a estatuária existente, constituída por bustos que, ao longo dos anos, foram desaparecendo. Esta intervenção será feita em colaboração com o Departamento de Cultura.
Outra das importantes particularidades desta intervenção é a criação de um novo acesso ao patamar inferior do jardim, a partir da Rua das Taipas, que, segundo a autarquia, "oferece novas possibilidades de utilização do espaço". Contudo, por questões de segurança, a Câmara está a ponderar encerrar este acesso à noite.
Esta intervenção inclui também a recuperação dos pavimentos, a substituição e reforço do mobiliário urbano e da iluminação pública. O número de bancos será aumentado e serão colocadas mesas para criar novas zonas de estadia. O projecto inclui ainda melhorias na rede de drenagem, a reparação dos gradeamentos, o reforço dos muros de suporte e o restauro do painel de azulejos de Fred Kradolfer que "guia" os visitantes na identificação dos pontos de referência da cidade.
António Proa, responsável pelo pelouro dos Espaços Verdes, considera que esta intervenção é "muito importante" porque "tem lugar numa das zonas mais bonitas da cidade, de grande importância para os lisboetas e de visita obrigatória para os turistas". O vereador adianta que esta é "uma das muitas intervenções que vão começar, em breve, nos miradouros de Lisboa".

Notícia JN