Wednesday, October 10, 2007

"Os chineses vendem pincéis a dois tostões"

Concorrência e interdição ao trânsito no Bairro Alto põem negócio em risco
É uma loja dedicada aos produtos de belas-artes desde 1925, mas que está em risco de fechar portas. A Casa Ferreira situa-se na Rua da Rosa, no Bairro Alto, Lisboa, e atravessa uma fase difícil devido às coimas passadas pelo fisco e que já passam os cinco mil euros. Para pagar as dívidas e não perder a loja, Nuno Ferreira, proprietário, está disposto a "vender" um rim, apesar dos riscos.Jerónima Ferreira, mãe de Nuno Ferreira e proprietária da loja, explica que têm sido várias as dificuldades e confirma que houve dívidas ao fisco e à Segurança Social.
No entanto diz que "já foi tudo regularizado e com juros altíssimos. Como é que é possível, que depois disso, nos queiram cobrar coimas pelos atrasos?".
Jerónima Ferreira diz que já vendeu "as outras lojas" e hipotecou a casa para pagar as dívidas. "Não há mais património e não sabemos como fazer para pagar esta coima", refere. "O meu filho é que se lembrou de tentar esta questão do rim, mas sabemos que em Portugal não se podem vender órgãos. Nem sequer sabemos ainda como pode ser o processo. Mas até pode aparecer outra solução", continua.
Apesar da hipótese, Nuno Ferreira continua a acumular o trabalho na loja com o emprego na distribuidora Vasp durante a noite. "Tem duas filhas e tem de cumprir com as obrigações", acrescenta, emocionada.Quanto aos motivos da crise, vê vários. "Há as lojas chinesas que agora vendem pincéis por dois tostões e já ninguém procura uma casa destas.
Além disso, com o trânsito cortado, poucos vêm a pé, chegam cá todos transpirados. Viu a loja, e a meio da tarde não tem nenhum cliente. Chegámos a ser 35 pessoas a trabalhar nesta loja e agora temos duas empregadas", sublinhou ao DN.

in DN

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